sábado, 9 de junho de 2012

TELEVISÃO: BENÇÃO OU MALDIÇÃO?




        Eu sou da época em que ter televisão em casa era pecado, mas mesmo assim, em minhas lembranças de criança tínhamos uma televisão já com controle remoto. Na época meus pais participavam uma igreja evangélica que proibia o uso da televisão, com tudo foi justamente neste período o inicio da liberação da TV. Hoje em dia, raridade é uma casa que não tem e muitas têm televisão em todos os cômodos da casa.

        Hoje eu entendo e tenho um discernimento maior sobre este assunto, e quando os pastores da época proibiam o uso da televisão, taxando como pecado, lá no fundo havia um grande medo e temor de algumas coisas entrarem nas casas e serem nocivas à fé e a saúde espiritual da Igreja. Talvez tenha faltado discernimento na proibição e posteriormente na liberação sem nenhuma informação pois a educação é muito mais proveitosa e valiosa do que regras e normas e proibições que passam a despertar o interesse e curiosidade das pessoas, afinal, o dito popular que diz: “...tudo que é proibido é mais gostoso...” parece se encaixar muito bem neste contexto. O fato é que a mais de três décadas a televisão vem sendo mais comum nas famílias e mais e mais recebemos a influência direta dos seus programas e ensinos subliminares. No livro que escrevi, Caminhos da Adoração  (www.eduardo.bergsten.com.br) eu apresento este assunto no contexto de que o uso indiscriminado é nocivo à comunhão e por consequência a intimidade de um adorador com o Pai.

        A maior dificuldade de se entender sobre a utilização da televisão, está justamente no entendimento do “livre-arbítrio” que alguns defendem ter. Não temos este “livre-arbítrio”, nem no Éden o homem possuía livre-arbítrio, Deus não disse que o homem poderia escolher comer ou não comer, Deus disse “Não Coma!” : “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. ..” (Genesis 2:16). O homem não tinha escolha, a ordem foi clara e as consequências para a desobediência era a morte. Isso é livre arbítrio? Não. Com a consciência do bem e do mal, o homem caído, tem condições de optar por seguir o caminho da vida ou o caminho da morte, ou seja, nossos olhos estão abertos para poder discernir toda a maldade das coisas que estão acontecendo. Se isso é “livre-arbítrio” então a única coisa que podemos escolher hoje é entre a vida ou a morte, a benção ou a maldição. O que nos torna muito mais vulneráveis a escolhas erradas é o fato de que o mundo atrai e fascinam as coisas da carne que são contrárias as coisas espirituais.

         “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.  Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.  Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.  Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.  Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.  Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.  Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.  Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. (Romanos 8: 4-8, 13-15)

        No Antigo Testamento, Deus sempre exortava o seu povo a não se contaminar com os costumes dos deuses e dos povos que não temia a Ele. Nem participar do culto a estes deuses. Ao ligar uma televisão e assistir a uma cena onde tem alguém se consultando com uma vidente, indiretamente a pessoa que assiste também está participando deste culto e comungando com estes deuses.

        Pode parecer que esteja “espiritualizando” um assunto tão comum e normal, mas não estou. Da mesma forma que a televisão pode servir para levar informação, entretenimento como: esportes, programas educativos, documentário e ainda à palavra de Deus com programas cristãos, o fato é que o resto é resto mesmo, não se tem absolutamente nada de proveitoso e edificante em centenas e milhares de filmes, novelas, reality show, desenhos, Podem ater ser legais, bonitinhos e relatar a realidade, mas não edificam em nada. As exceções confirmam a regra em todos os casos.

        Desligar um botão não é tão fácil como parece, a prova é que não fazemos isso. Muitas vezes , mesmo sabendo que deveríamos desligar, mantemos a TV ligada,  com isso nossos filtros de censura estão ficando cada vez mais rotos e a cada dia mais conteúdos contaminados estão sendo digerido por nós. Para você ver que a televisão é a grande responsável por alguns males na Igreja, basta você lembrar como se tratava o divórcio anos atrás. Com a vulgarização e disseminação na televisão, por novelas e filmes, hoje é quase que “normal” e aceitável o divórcio também na Igreja.  Talvez você diga: “na minha igreja não é assim...” mas o fato é que esta realidade é outra em nossos dias e se em alguma igreja não é assim, a quantidade de novos ministérios que surgem a cada dia dá opções variadas para alguém sair e assim como que mudando de canal, mudar de igreja.

        Ligar a televisão é a mesma coisa que você abrir a porta de sua casa e permitir que as pessoas entrem, sejam quem quiser ser e ensinem o que quiser ensinar. Neste caso o mundo espiritual não faz distinção se a visita é de carne e osso ou se é uma imagem, o que importa é o que está sendo ensinado. O que temos nas novelas hoje? Feitiçaria, espiritismo, idolatria, mentiras, violência, homossexualismo, traição, adultério entre tantas outras coisas totalmente condenáveis de Apocalipse 22:15 e das conhecidas obras da carne de Gálatas 5:19. Tudo isso encontramos em dezenas de programas de TV, e se Deus não vai admitir estas coisas no céu, por que eu admitiria dentro da minha casa?

        A bíblia fala "Examinai tudo. Retende o bem."  (I Tessalonicenses 5 : 21), eu não preciso assistir uma novela toda ou um filme para saber que ele não presta, basta algumas cenas e logo minha consciência está pronta a “examinar”e saber se aquele conteúdo será bom ou não para mim. Muitas pessoas assistem tudo de tudo e dizem, “... eu assisti, mas só estou retendo o que é bom...” será? Acredito que não. Não preciso mais examinar o pecado, já sei que ele não é bom, então, o Espírito Santo que está em mim, logo se manifesta e me alerta que aquele programa não é edificante para mim.

        Perdemos a identidade de adorador, somos adoradores na Igreja, ouvindo músicas, cantando, tocando, dançando, ai sim até podemos ter uma postura de adorador, mas logo que a atividade termine, também deixamos de ser adoradores e voltamos a ser “gente”. O Senhor está procurando verdadeiros adoradores, não que o adorem apenas nas igrejas, em momentos de louvor, ouvindo uma música, mas a todo tempo e em espírito e verdade. (João 4). O adorador tem um filtro poderoso, ele não quer jamais fazer nada que venha prejudicar sua comunhão e intimidade com o pai, por isso não como “qualquer comida”, sabe muito bem que precisa cuidar de sua saúde espiritual e “comer” o que for edificante, o jovem Daniel já há muito tempo sabia disto (Daniel, 1,2) Se formos de fato adorador, não vamos querer assistir muitas coisas que muitos assistem, não vamos estragar a comunhão nem momentos de intimidade com nada. Um adorador, encontrado pelo pai, vai ter os programas de TV bem distantes de seu relacionamento com o Pai.

        Alguns podem achar tudo isso uma espécie de radicalismo ou outros podem dizer: “ eu sei muito bem o que devo ou não assistir e garanto que minha comunhão não está sendo afetada..” Amém por isso, mas o fato é que as concessões são perigosas e danosas, e assim como algumas enfermidades, as espirituais também são “silenciosas”, não vemos no dia a dia, só quando atinge seu estado final é que percebemos, e raramente pode-se detectar a causa do mal, pois foi escondido e camuflado com a forma de televisão.

        Se este mal já é grande e vital para adultos, ainda mais para crianças que estão em formação de caráter e com a mente aberta para receber tudo que lhe é transmitido. Nem tudo ou quase nada dos programas de televisão são recomendáveis para as crianças. A própria censura que televisiva informa se o programa é livre ou existe uma faixa etária indicada para assistir, mas quase ninguém se dá conta disto. Agora se o próprio “mundo” é capaz de discernir que existe conteúdo que não é próprio para uma determinada idade, por que nós pais cristãos não temos uma censura muito mais criteriosa do que eles? Eles baseiam-se só em uma consciência coletiva de moralidade, mas nós temos padrões éticos, cristãos, com base na Palavra de Deus e devemos (pelo menos deveríamos) ser muito mais exigentes e rigorosos para impedir e vetar a exibição de tais programas.

        Como disse no começo, proibir e taxar como pecado não é o caminho. Educar é preciso. Temos o Espírito Santo de Deus e se nos mantivermos sempre em sintonia com Ele, vamos estar “ligados” e discernir  o que é bom ou ruim. Além do mais, falta e muito a educação cristã em nossos dias. Ensinar a amar o Senhor, ensinar a temer o Senhor é preciso. Todo tipo de ensino ruim é transmitido pela televisão e nós precisamos também ensinar o que é certo. Cada vez menos, vemos pessoas que conhecem o Senhor, sua Palavra e vive um evangelho genuíno, e claro que estou me referindo cristãos e convertidos e não de ímpios.

        Fomos engolidos pelo humanismo e mundanismo. Vivemos em uma sociedade onde é muito difícil se desvencilhar de práticas mundanas, mas tão comuns. Misturamos-nos ao mundo e nos encontramos no centro da oração de Jesus por nós: “...não peço que os tire do mundo, mas livre-os do mal...” (João 17:15). Temos que viver neste mundo, mas não podemos ser participantes do mal, não podemos servi-lo em nossas salas e ainda com dedicação total, com a atenção de toda a família.
        Diante de tudo isso, sinto-me impotente e pequeno para fazer a diferença no meio de tanto liberalismo. Em minha casa, trato com seriedade e responsabilidade este assunto e a todo tempo ensinando para que meus filhos não cresçam com base em um pensamento cartesiano de certo e errado, pode ou não pode, mas provocado por uma lei, mas que tenham princípios suficientes para discernir e saber escolher o que é bom para eles, baseados no amor ao Senhor e em agradá-Lo. Quando o “discernimento” não está tão aguçado ou se distraem então tenho o dever de orientar e trazer a memória os princípios cristãos que vivemos e queremos reproduzir, criando sempre um ambiente favorável para comunhão, adoração e de aprendizado da palavra de Deus.

        Desta forma, oro para que esta mesma consciência venha se expandir e o Espírito Santo continue levantando uma geração santa, separada dos costumes do mundo, que amam ao Senhor e se desviam do mal.

        Televisão, benção ou maldição? Responda você esta pergunta!

        Deus te abençoe,

        Pr. Eduardo Bergsten

3 comentários:

  1. Olá Eduardo Bergsten,

    Graça & Paz,

    Parabéns pela postagem de tema tão importante e pertinente para os nossos dias.

    Fui abençoado,

    Seu conservo em Cristo,

    Pr. Carlos Roberto

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