O QUE ESTAMOS FAZENDO COM NOSSOS FILHOS?

"Vinde, meninos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do SENHOR."  

(Salmos 34 : 11)

        Que convite mais precioso, ensinar a uma geração o temor do Senhor. Uma geração tem a responsabilidade de transmitir para próxima geração sobre os feitos do Senhor. "Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas."  (Salmos 145 : 4). Desta forma o Senhor tem sido conhecido e adorado de geração a geração. Este princípio bíblico é na verdade a única garantia que temos do resultado final, na educação e formação de filhos.  "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele."  (Provérbios 22 : 6). Mas de quem é esta responsabilidade? Da igreja? Da sociedade? Dos pais?

        A responsabilidade de transmitir para a próxima geração os princípios e o temor do Senhor é da geração que recebeu este princípio, ou seja, se você vive no temor do Senhor, então deverá transmitir este ensino à próxima geração. Porém temos três níveis de responsabilidades ai envolvidos.

•         Pais
•         Igreja
•         Individual

        Os pais são os principais responsáveis por transmitir o temor ao Senhor a próxima geração, uma vez que os filhos, dados por Deus, são de sua total responsabilidade. A palavra de Deus nos fala que: "E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te." (Deuteronômio 6 : 7). O ambiente familiar é a melhor maneira para a criança conhecer e experimentar o Senhor. Pais cristãos, que vivem o evangelho, transmitem através de sua conduta e caráter este ensino. A reprodução por exemplo é uma excelente maneira de se ensinar. Infelizmente vemos pais praticarem a teoria do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, ou seja, vivem vergonhosamente uma vida de pecado e esperam que seus filhos sigam as práticas que ele mesmo não quer viver. A Palavra de Deus diz:  "Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão."  (Salmos 127 : 3). Esta herança cada um vai colher, mediante a sua semeadura. "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará."  (Gálatas 6 : 7). Como esperamos ter filhos honestos, tementes a Deus, verdadeiros discípulos do Senhor se não fizermos uma boa semeadura em suas vidas?

        Infelizmente muitos pais têm deixado à formação do caráter do filho, nas mãos do inimigo, abrindo as portas de sua casa, ligando a televisão para todo e qualquer tipo de programa, onde o “professor da destruição” tem formado crianças para ser o que ele quer. Ou temos a consciência e assumimos a responsabilidade pela educação, formação do caráter e pelo ensino dos princípios bíblicos para a criança ou ela será o que o “mundo” ensinar. Não podemos nos isentar de nossas responsabilidades, não podemos transferi-la para outros. Como pais cristãos esta responsabilidade é nossa, não é da igreja, não são dos avós, tios ou ainda da escola ou de qualquer outra pessoa.

     Muitas pessoas abandonam o ensino e educação dos filhos, simplesmente ignoram este processo e confundem crescimento biológico com educação e formação de filhos. O ativismos do século é um dos grandes responsáveis por tirar os pais de dentro de casa e com isso o abandono da formação do filho é quase que certa. Cada vez mais homens-pais e mulheres-mães trabalham fora de casa por todo o dia, os filhos vão a escola, ficam com babás ou outras pessoas durante o dia e muitas vezes quando seus pais retornam pra casa eles já estão dormindo. Será que este filho está tendo a formação do seu caráter e temor do Senhor corretamente? Infelizmente esta resposta só será dada quando este filho se tornar adolescente ou adulto. E nesta hora é que muitos pais simplesmente não sabem onde erram, pois dizem: “fiz de tudo pelo meu filho..., de casa, comida, escola... trabalhei duro para sustentá-lo e dar o melhor, e veja no que ele se tornou!...”O erro é justamente pensar que apenas casa, comida, escola são o suficiente para educar e formar o caráter de um filho, e muito menos ainda quando falamos da formação de princípios cristãos e temor do Senhor, pois neste caso,  o mundo não tem nada mesmo a oferecer.

        Outro engano é acreditar que o sistema educacional tem esta função, confundimos educação de filhos com educação secular. A função da escola é transferir conhecimento e socializar as crianças. Educadores não podem fazer o papel de pais dos seus alunos. Ainda que no contexto escolar a criança se socializando aprenda alguns princípios de vida comum e de relacionamento com o próximo, estas crianças não aprendem na escola a temer o Senhor. Muitas vezes o ensino é contrário, ou seja, por não terem um bom lastro familiar de preparação e ensino no temor do Senhor, crianças aprendem a viver uma vida de depravação e contrária a Palavra de Deus com colegas que ensinam na convivência suas próprias experiências. Muitos pais ainda recorrem a escolas com princípios, mas nada disto substitui o ensino no lar, que deve ser a base forte e sólida para as crianças irem então a escola e viverem socialmente, mas sem contaminação com o pecado e o mundo.

        O segundo nível de responsabilidade é da Igreja, porém este nível não é compensatório, ou seja, ela não irá compensar um ensino que deverá ser fornecido em casa pelos pais. A função da Igreja é a edificação do corpo, e como os filhos, uma vez inseridos na Igreja, também são edificados e edificam mutuamente. O que acontece é que muitas vezes o filho não recebe nada em sua casa e acaba vindo à igreja totalmente sem base nem princípios e onde deveríamos ter crianças sendo edificadas, líderes tem que começar formar bases de princípios e vida cristã nestas crianças.     O mesmo ocorre com crianças que são ganhas e vem para Igreja sem os pais, elas também não tiveram nenhum tipo de ensino cristão. Desta forma a Igreja é responsável por transferir a esta criança todos os preceitos bíblicos necessários para sua caminhada. A grande vantagem neste caso, é que de fato esta criança, volta para um lar sem o Senhor e tem oportunidade de ser luz e sal e fazer a diferença, ao contrário de filhos de crentes relapsos ou que não tem um bom testemunho, que confessam a mesma fé que o filho, porém não agem de acordo com a Palavra de Deus.

        O terceiro nível de responsabilidade é individual, ou seja, eu e você temos responsabilidade de levar crianças a conhecerem o temor do Senhor, naturalmente. É muito fácil nós enxergarmos centenas de crianças no dia a dia, crianças de rua, filhos de vizinhos que são muito problemáticos entre tanta outras crianças sem temor ao Senhor. Simplesmente muitas vezes estas crianças se tornam invisíveis para nós. Crianças batem no vidro do carro e nós ignoramos. Algumas nos abordam nas ruas e nós fingimos que não estamos vendo. Bom, mas você pode dizer que não é responsabilidade sua e ou que não tem condições de ajudar estas crianças. Isso tudo pode até ser verdade, mas não fazer nada e cruzar os braços e passar ao largo é o mesmo que aconteceu na parábola do bom samaritano. "Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;"  (Lucas 10 : 33). Será que não podemos fazer nada de fato? Então como estas crianças vão crer que Deus é Amor, se nós, representantes do Senhor, não temos amor para repartir? Lembram-se como nós seremos conhecidos como discípulos do Senhor? "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros."  (João 13 : 35).  Mas nem todas as crianças que precisam conhecer o temor do Senhor estão nas ruas ou são abandonadas, muitas vezes elas podem estar do nosso lado, ser o filho de um vizinho ou ainda em nossa família, um sobrinho, etc... E neste caso, como é que podemos ajudar? Sempre nosso testemunho pessoal e caráter tem que aparecer e falar mais do que nossas palavras. Podemos também levar estas crianças para igreja, quando isso não for possível por resistência dos seus pais, procure orar especificamente por elas. O Espírito Santo sempre vai te mostrar como e o que fazer.

        Temos que nos levantar, todos, em favor de crianças, juvenis e adolescentes. Nosso inimigo sabe muito bem que uma criança destruída, ferida, sem princípios, com seu caráter deformado será um adulto destruído.  Crianças são terra fértil, não tem problemas e nem dificuldades em crer, se curam de traumas muito mais fácil, são ensináveis, tratáveis e tem possibilidade de produzir frutos muito mais do que um adulto. A melhor idade para se trabalhar e formar crianças, ensinando no temor do Senhor está entre os 0 aos 13 anos. Entre 0s 14 aos 17 a fase da adolescência, elas se tornam mais vulneráveis a influência externa de amigos e outras pessoas, nesta fase pode-se começar a ensinar o adolescente a temer o Senhor, porém eles já não são tão abertos assim. É muito mais fácil e produtivo então ganhar crianças. Por que não fazemos isso então?

        A Igreja precisa aguçar sua visão para evangelizar crianças e ganhar esta geração, se fizermos isso teremos um verdadeiro exército, treinado e preparado para amar o Senhor. Mas infelizmente muitas igrejas não tem esta visão. Os trabalhos com crianças são apenas para entretê-las durante os cultos para os pais estarem mais sossegados. Claro que existem exceções, mas de fato temos muito poucos trabalhos que se propõem evangelizar e ganhar crianças.

        Tem uma frase que corre as redes sociais: “mães de joelhos, filhos de pé...”. Esta frase é muito bonita e produz um efeito até “legalzinho”, mas esta frase também não substitui o fato de que para se manter um filho de pé, pais tem que preparar seus filhos para viverem no temor do Senhor, se este preparo não aconteceu, por qualquer motivo, então a oração é a única coisa que esta mãe tem para se agarrar.

        Se fizermos tudo que a bíblia manda, ensinando nossos filhos no temor do Senhor, temos a certeza de que quando velhos não se desviarão do caminho do Senhor, conforme Prov.22:6. Quando o salmista diz: "Vinde, meninos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do SENHOR." Existe uma grande satisfação e alegria embutidos nela, pois a coisa mais preciosa que pode acontecer é ver crianças, meninos e meninas, amando, temendo e servindo o Senhor. É isto que o salmista quer passar e foi justamente isso que Jesus disse: “...deixai vir a mim os meninos...” Mar.10:14. Portanto irmãos, vamos amar de verdade as crianças, e "...não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade."  (I João 3 : 18).

        Deus abençoe os pequeninos e levante pais, igrejas e pessoas para ensina-los no temor do Senhor.

          Pr. Eduardo Bergsten